terça-feira, 21 de agosto de 2012

As Pirâmides do Egito Antigo


David Down

As pirâmides do Egito são estruturas impressionantes e fascinam as pessoas até hoje. Existem ao todo cerca de 100 pirâmides, algumas apenas simbólicas e pequenas. Mas 17 delas são grandes pirâmides, cujo tamanho e composição confundem a mente daqueles que as visitam.

Críticos usam as pirâmides para afirmar que a Bíblia não pode estar correta. Eles dizem que as pirâmides foram construídas muito antes do Dilúvio, portanto o Dilúvio deve ter sido apenas um acontecimento local, e não global como diz a Bíblia. Caso contrário, as pirâmides teriam sido soterradas sob grandes quantidades de sedimento.


Pouco se sabe a respeito do faraó Neferhotep I (à esquerda). Alguns historiadores bíblicos acreditam que ele pode ter sido o rei que perseguiu os hebreus e sob cujo reinado anti-judaico ocorreu o êxodo. Seu corpo e sua tumba nunca foram encontrados.

O problema está na maneira como os estudiosos modernos desenvolveram a sua cronologia do Egito. Maneto, um sacerdote egípcio, deixou uma lista de reis e dinastias com a duração dos seus reinados, e apesar de inscrições nas tumbas e templos fornecerem alguma informação cronológica, o problema está em como interpretar essa informação. Com tão pouco para trabalhar, os arqueólogos têm feito abundantes suposições. E os estudiosos modernos desenvolveram uma extensa cronologia, compatível com a idéia de que os humanos evoluíram ao longo de milhões de anos.

Tudo isso transformou essas maravilhas do mundo antigo em um enigma. Se as primeiras sociedades humanas evoluíram a partir de primitivos coletores-caçadores, como os artífices antigos poderiam ter construído essas impressionantes estruturas? Se eles começaram sem tecnologia ou organização social, por que essas incríveis proezas da engenharia irromperam no mundo antigo? Alguns têm até questionado se a tecnologia não teria sido fornecida por alienígenas.

Mas as pirâmides do Egito não são enigma quando usamos a história bíblica como o nosso ponto de partida. De acordo com a Bíblia, os primeiros colonizadores do Egito migraram a partir do Rio Eufrates, local da Torre de Babel, onde as línguas foram confundidas após o Dilúvio. A cronologia moderna do Egito é demasiadamente longa porque as dinastias foram colocadas seqüencialmente, ao passo que foram, em maior ou menor extensão, contemporâneas. Em outras palavras, os reinos foram concorrentes entre si. Além disso, algumas dinastias podem simplesmente não ter existido.

Parece que os primeiros colonizadores do Egito descenderam de Mizraim, filho de Cam (Gênesis 10:6, 13). É por isso que, logo na primeira dinastia, entra em cena um povo de cultura e habilidades que já possuia uma forma de escrita.

Durante as duas primeiras dinastias, os primeiros colonizadores não construíram pirâmides. Ao invés disso, os reis eram enterrados em câmaras debaixo de edifícios construídos com tijolos de barro, chamados mastabas. Contudo, na terceira dinastia, o Rei Zoser teve um vizir (primeiro-ministro) chamado Imhotep, que usou blocos irregulares de pedra, em lugar de tijolos, para construir a mastaba do rei. A seguir, acrescentou seis níveis, formando a famosa Pirâmide em Degraus de Saqqara, na margem oeste do Rio Nilo, a 20 quilômetros ao sul da moderna cidade do Cairo. Acredita-se que esta seja a primeira  pirâmide construída no Egito.

Seneferu e filho

O maior construtor de pirâmides até agora conhecido foi Seneferu, primeiro rei da quarta dinastia. A cerca de 40 quilômetros ao sul de Saqqara, em Meidum, ele construiu a primeira pirâmide com o verdadeiro formato piramidal. Infelizmente, as pedras mais externas desmoronaram, deixando apenas um “miolo” em formato piramidal.

Seneferu construiu outra pirâmide mais próxima de Saqqara, em Dahshur. É conhecida como Pirâmide Romboidal, pois a metade inferior se eleva num ângulo de 54 graus, bem mais íngreme que a metade superior, que tem apenas 43 graus. Existem rachaduras em algumas pedras inferiores, portanto, pode ser que os construtores de Seneferu temessem que a pressão fosse muito grande e completaram a pirâmide em um ângulo mais seguro. Esta evidência clara de experimento e fracasso é o que esperaríamos de seres humanos inteligentes, mas falhos. Isto mostra como é absurda a idéia de que alienígenas superiores as tenham construído.

Não satisfeito com esses imensos monumentos, Seneferu construiu então a Pirâmide Vermelha, também em Dahshur. Toda esta pirâmide está no ângulo inferior de 43 graus. Talvez esta fosse sua última tentativa de ter uma pirâmide que não desmoronasse sobre ele depois que fosse enterrado!


A força de trabalho do faraó

Recentemente, o arqueólogo Mark Lehner desenterrou o vilarejo onde os construtores de pirâmides viviam. Ele descobriu uma padaria que estimou poderia ter produzido pão diariamente para 20.000 trabalhadores. Ele também descobriu o cemitério no qual os operários que morriam em trabalho eram enterrados. Alguns deles até tinham ossos fraturados por esmagamento de pesos imensos, porém o uso de talas e hábeis cuidados médicos haviam permitido que os ossos novamente se unissem. Em outras palavras, existe abundante evidência para provar que as pirâmides foram construidas por pessoas reais e não por homens de Marte ou astronautas de uma civilização perdida. Não é motivo de surpresa se você pensar a partir da Bíblia.

O filho de Seneferu, Khufu (os historiadores gregos chamavam-no Quéops) construiu a maior de todas as pirâmides, no Platô de Gizé, ao norte de Saqqara e a 15 quilômetros ao oeste da moderna cidade do Cairo. Ela tem 146 metros de altura e é conhecida como a Grande Pirâmide, e empregou uma imensa força de trabalho (ver quadro sobre a força de trabalho do Faraó).

Ao todo, ela contém mais ou menos três milhões de imensos blocos de pedra, dos quais alguns pesam cerca de 15 toneladas. A câmara da tumba do rei está alinhada com imensos blocos de granito, transportados Nilo abaixo desde Aswan, a 1.000 quilômetros ao sul do Cairo. Eles pesam 30 toneladas cada, mas foram tão perfeitamente esquadrados que não é possível passar entre eles um cartão postal. Como eles atingiram tal precisão é motivo de grande admiração (ver quadro “Como as pedras foram colocadas em seu lugar”).

Dinastias de pirâmides

O filho de Khufu, Djedefre, continuou a tradição da família, e construiu uma pirâmide em Abu Roash, a poucos quilômetros a noroeste de Gizé. Ou ela nunca foi acabada, ou ladrões de pedras do local removeram a maior parte das pedras superiores.

Os dois reis seguintes da dinastia, Khafre (gr. Quéfren) e Menkauré (gr. Miquerinos), construiram suas pirâmides novamente no platô de Gizé. A pirâmide de Khafre é quase tão alta quanto a de Khufu, mas possui um ângulo mais íngreme, portanto, foi necessário um número menor de pedras.







Princesa egípcia Sobekneferu. Seria este o rosto da mulher que tirou Moisés das águas, porque não tivera seu próprio filho? Alguns estudiosos bíblicos acreditam que sim.
Esta estátua do rei Zoser parece rude porque ladrões roubaram os olhos originalmente embutidos e desfiguraram o rosto. Juntamente com seu arquiteto, Imhotep, ele foi responsável pela primeira pirâmide.

A pirâmide de Menkauré tem apenas um quarto do tamanho das anteriormente citadas, mas as camadas inferiores foram revestidas com blocos de granito de Aswan. O lado externo de alguns desses blocos de granito não foi completado, por isso os arqueólogos consideram que os blocos externos não foram cortados exatamente antes de serem colocados em seu lugar. Mais provavelmente, foram postos em seu lugar e depois os pedreiros começaram a trabalhar de cima para baixo, revestindo os blocos externos à medida que desciam.

As pirâmides da quinta e sexta dinastias foram trabalhos inferiores, feitas de alvenaria, mas revestidas com belas pedras brancas. A maioria destas pedras foi roubada, deixando pilhas desordenadas de escombros. Unas, o útimo rei da quinta dinastia, introduziu uma nova característica nesse período. Ele mandou inscrever linhas verticais de textos hieroglíficos em suas câmaras mortuárias. As pirâmides anteriores não apresentavam nenhum texto original.

As dinastias sétima à décima, do Primeiro Período Intermediário, têm sido tradicionalmente consideradas um tempo de pobreza e confusão. Contudo, alguns estudiosos(1) sugerem que essas dinastias não existiram, pelo menos como dinastias independentes — outro motivo por que a cronologia egípcia tradicionalmente aceita precisa ser abreviada.

Pirâmides de tijolos de barro

As pirâmides seguintes compreendem o assim chamado Reino Médio, um período de poder e afluência. Com a cronologia egípcia abreviada, advogada por alguns estudiosos,(1) José e depois Jacó e sua família podem muito bem ter chegado ao Egito durante a 12ª. dinastia, e Moisés pode ter nascido antes que a dinastia acabasse.


Os registros bíblicos


A pirâmide de tijolos de barro de Amenemhet III. Ele pode ter sido o faraó que reinou durante o tempo em que Moisés esteve na casa do rei.



Tijolo de barro misturado com palha – talvez como aqueles que os israelitas faziam (Êxodo 1:14; 5:7-19).

A maioria das pirâmides construídas nessa dinastia foram feitas com milhões de grandes tijolos de barro secos ao sol. A seguir, a estrutura era revestida com pedras polidas para dar a aparência de uma verdadeira pirâmide de pedra. Contudo, as pedras foram roubadas há muito tempo, restando apenas uma imensa pilha de tijolos de barro.

O historiador judeu Flávio Josefo escreveu a respeito dos escravos israelitas no Egito: “Eles [os capatazes egípcios] colocaram-nos também para construir pirâmides.”(2) A maioria dos arqueólogos rejeita esta declaração com base em que toda a construção de pirâmides havia terminado antes de os israelitas chegarem ao Egito.

Contudo, pela cronologia abreviada, as datas das primeiras dinastias seria reduzida, e os israelitas teriam estado no Egito durante a 12ª. dinastia. Isto também estaria em harmonia com o tipo de pirâmides evidentes nesse período, ou seja, de tijolos de barro. De acordo com Êxodo 5:7, o Faraó disse aos capatazes: “Não mais dareis ao povo palha para fazerem tijolos como antes. Deixai-os ir e recolher palha por si mesmos.” Parece que foi os arqueólogos erraram, ao invés de Josefo.

Existe também evidência de que havia escravos asiáticos (povos da Síria ou da Palestina) no Egito durante essa dinastia. Dr. Rosalie David, em seu livro The Pyramid Builders of Ancient Egypt, escreveu: “É evidente que os asiáticos estavam presentes na cidade em certas quantidades, e isto pode ter refletido a situação em toda a parte no Egito ... Sua pátria exata na Síria ou na Palestina não pode ser determinada ... o motivo de sua presença no Egito continua incerto.”(3) Mas não é incerto quando partimos da Bíblia.


Mumificação

As pessoas geralmente associam o Egito às múmias. A aridez do clima preservou os corpos enterrados em buracos rasos de areia, como na imagem abaixo.


Os egípcios intencionalmente mumificavam seus mortos desde o princípio da sua história. O processo era dispendioso e geralmente só os governantes ou a nobreza podiam custeá-lo.

Os passos envolvidos levavam aproximadamente 70 dias e exigiam a remoção de toda a umidade do corpo, para que a forma seca não se corrompesse facilmente. Finalmente, após todos os órgãos terem sido removidos, o corpo sofria vários tratamentos e era envolvido em bandagens de linho de até cem metros de comprimento.

Assim como muitas sociedades pagãs, os egípcios antigos não seguiam o verdadeiro Deus Criador da Bíblia. Eles criam que a preservação de seus corpos tal como em vida de algum modo lhes garantiria a vida eterna.

Construir seus monumentos  colossais em pedra era visto como construir para a eternidade.

Sir Flinders Petrie e Rosalie David não puderam entender o motivo da presença deles no Egito porque se apegaram às datas tradicionais para a 12ª. dinastia, que eram de 1990 a 1785 a.C., ao passo que as datas bíblicas para a presença israelita no Egito era de  aproximadamente 1660 a 1445 a.C. (1 Reis 6:1).

É significativo que esses escravos desapareceram repentinamente, e os arqueólogos tradicionais não sabem o porquê. Não é normal escravos de repente irem embora em massa, mas Dr. David escreveu: “Existem diferentes opiniões sobre como este período de ocupação em Kahun chegou a um fim ... A quantidade, variedade e tipo de artigos de uso cotidiano deixados para trás nas casas pode realmente sugerir que a partida foi repentina e não premeditada.”(4)

Todos esses problemas desaparecem quando começamos com a história e cronologia confiáveis da Bíblia.

A última grande pirâmide

A última das grandes pirâmides do Egito foi construída por Amenemhet III em Hawarra, a 100 quilômetros ao sul da moderna cidade do Cairo. Este Faraó poderia muito bem ter sido o pai adotivo de Moisés.

Sua filha, Sobekneferu, foi o último governante dessa dinastia, e ela não teve nenhum filho para sucedê-la. Esta poderia muito bem ter sido a filha do Faraó que “desceu a lavar-se no rio” (Êxodo 2:5). Isto não foi porque não tivesse nenhum banheiro no palácio real. Mais provavelmente, ela deve ter ido ali para orar ao deus do Nilo e da fertilidade, Hapi, pedindo um bebê. Quando o cesto contendo o bebê Moisés chamou a sua atenção, ela poderia ter considerado isto uma resposta à sua oração.

Mas quando Moisés fez 40 anos de idade, ele mostrou sua simpatia pelos escravos israelitas, matando um de seus opressores. Quando isto chegou ao conhecimento do Faraó, Moisés precisou fugir para a terra distante de Midiã. Por isso, quando Sobekneferu morreu, a dinastia chegou ao fim. Então, 40 anos depois da fuga de Moisés, Deus lhe disse: “todos os que procuravam a tua vida estão mortos” (Êxodo 4:19). Ele voltou ao Egito e confrontou um dos faraós da 13ª dinastia, provavelmente Neferhotep I, cuja múmia ou local de sepultamento nunca foram encontrados.

Quando consideramos a história e cronologia da Bíblia tais como escritas, vemos que elas explicam notavemente a evidência arqueológica. Os construtores de pirâmides não foram homens que evoluíram a partir de animais ao longo de milhões de anos. Ao invés disso, eles fizeram parte de uma avançada civilização que construiu uma imponente torre, que se elevava nas planícies da Babilônia (Gênesis 11); um povo descendente de uma família que desembarcou de uma Arca de 15.000 toneladas (Gênesis 6 a 8). Ainda não sabemos exatamente como eles realizaram todos os seus feitos de engenharia no Egito antigo, mas podemos ter a certeza de que um povo que estava a menos de 30 gerações de Adão possuía incríveis habilidades intelectuais.


Como as pedras foram colocadas em seu lugar?

Existem várias teorias que explicam como os blocos das imensas pirâmides do Egito foram colocados em seu lugar. Não há necessidade de teorias misteriosas ou de tecnologia da era espacial.

As pedras poderiam ter sido arrastadas por uma rampa. Contudo, essa rampa precisaria se estender por centenas de metros e conteria uma quantidade imensa de tijolos ou pedregulho. Uma idéia alternativa é a de uma rampa espiral envolvendo a pirâmide, à medida que esta aumentava a sua altura. Dr. Zahi Hawass, destacado arqueólogo do Egito, concluiu que poderia ter sido uma combinação das duas.

Na verdade, as camadas inferiores não são problema. A plataforma sobre a qual a pirâmide está construída foi escavada no leito rochoso e está abaixo do nível do solo, portanto os blocos poderiam ter sido cortados a partir dessa depressão. À medida que aumentava a altura, os blocos ficavam menores, de forma que não teria sido muito difícil levá-los para cima, embora ainda fosse uma tarefa formidável.

Nenhum arqueólogo qualificado aceita que as pedras tenham sido “despejadas” como concreto. O fato de que em muitos lugares reboco à base de cal tenha sido usado como argamassa para unir as pedras torna óbvio que eram pedras cavoucadas. A maioria das pedras foram cortadas a partir de um imenso bloco a aproximadamente 500 metros da pirâmide. Cortes quadrados nos lados desse bloco revelam de onde as pedras vieram.

Os primeiros egípcios não usavam a roda, a qual teria sido inútil sobre o platô arenoso no qual as pirâmides foram construídas. Ao invés disso, eles usavam trenós, e o trajeto ao longo do qual os blocos foram puxados pode ser traçado.

Assim, embora a tecnologia seja perfeitamente compreensível, ainda temos grande admiração pela habilidade que os construtores demonstraram ao levar essas imensas pedras até o seu lugar com uma simetria tão precisa.


Referências

1. James, P., Centuries of Darkness: A Challenge to the Conventional Chronology of Old World Archaeology, Cape, London, 1991; também Down, D., Searching for Moses, TJ 15(1):53–57, 2001.
2. Josephus, F., Antiquities of the Jews, II-IX-1.
3. David, A.R., The Pyramid Builders of Ancient Egypt: A modern investigation of Pharaoh’s workforce, Guild Publishing, London, p. 191, 1986.
4. Ref. 3, p. 199.

Fonte: Answers in Genesis (http://www.answersingenesis.org)
Tradução: Rodrigo Reis de Faria (rodrigoreisdefaria@gmail.com)

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